Lágrima de Preta

Novembro 4, 2006 at 12:08 am 16 comentários

Encontrei uma preta
que estava a chorar,
pedi-lhe uma lágrima
para analisar.

Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterlizado.

Olhei-a de um lado,
do outro e de frente:
tinha um ar de gota
muito transparente.

Madei vir os ácidos,
as bases e os sais,
as drogas usadas
em casos que tais.

Ensaiei a frio,
experimentei ao lume,
de todas as vezes
deu-me o que é costume:

nem sinais de negro
nem vestígios de ógio.
Água (quase tudo)
e cloreto de sódio.

António Gedeão

Entry filed under: António Gedeão.

1º Concurso de Poesia Poemas do Mundo Mar Portuguez

16 comentários Add your own

  • 1. andreina  |  Abril 4, 2008 às 2:11 pm

    perfeito mesmo este poema…

    Responder
  • 2. Fábio Gonçalves  |  Março 9, 2010 às 10:59 pm

    O poema é mesmo muito lindo

    Responder
  • 3. carol  |  Maio 3, 2010 às 6:51 pm

    este poema é mesmo muito bonito. adorei

    Responder
  • 4. Ana  |  Maio 24, 2010 às 7:28 pm

    Eu acho que o poema esta magnifico
    Adoro bastante o poema, já li e já voltei a ler não quantas vezes

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  • 5. natalie  |  Outubro 28, 2010 às 5:52 pm

    que fofo eu chorei aquii

    Responder
  • 6. milena  |  Outubro 28, 2010 às 5:53 pm

    que ruim esse!!

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  • 7. Valdemar  |  Dezembro 28, 2011 às 6:10 pm

    Também gosto muito desse poema.
    tem apenas um erro:

    “nem sinais de negro
    nem vestígios de ógio.
    Água (quase tudo)
    e cloreto de sódio.”

    Em vez de ógio è ódio

    Responder
  • 8. ana catrina  |  Maio 29, 2012 às 10:21 am

    este poema é muito giro e inportante tanbem para as pessoas racistas que só por ser de outra raça não quer dizer que tenhamos que afastar os outros da comunidade

    Responder
  • 9. ana catrina  |  Maio 29, 2012 às 10:22 am

    adorei -oooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo

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  • 10. As lágrimas do Euro 2012 – Aventar  |  Julho 3, 2012 às 11:03 am

    […] caso para dizer que há lágrimas e lágrimas: elas não são todas iguais, embora o poema de António Gedeão diga que todas são, sem distinção, constituídas de “água (quase […]

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    • 11. ivete  |  Novembro 12, 2012 às 5:34 pm

      muito foda

      Responder
  • 12. ivete  |  Novembro 12, 2012 às 5:35 pm

    muito lindo

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  • 13. gil vic  |  Dezembro 4, 2013 às 9:38 pm

    sabem qual e a moral deste poema seus burros sabem

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  • 14. Rafa  |  Maio 3, 2014 às 9:39 pm

    NO TO RACISM

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  • 15. Nelson Rodrigues Pereira  |  Fevereiro 5, 2017 às 10:07 pm

    Um poema de antologia!

    Responder
  • 16. Ferrão  |  Maio 18, 2017 às 5:14 pm

    Ótima poesia. Gostei de sentir a qualidade das rimas e o seu sentido lírico.

    Responder

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