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Mário cesariny

O poeta e pintor Mário Cesariny morreu na madrugada deste domingo em sua casa, em Lisboa, cerca das 05h30, aos 83 anos.
O corpo de Mário Cesariny vai seguir para a Igreja de Santo Condestável e o funeral realiza-se na segunda-feira, pelas 14h00.
Mário Cesariny de Vasconcelos encontrava-se doente há vários anos, com uma doença do foro oncológico, mas o seu estado de saúde “piorou drasticamente nos últimos três dias”.
Além de poeta, romancista e ensaísta, Mário Cesariny dedicou-se também às artes plásticas, sobretudo à pintura.
Nascido em Lisboa a 09 de Agosto de 1923, de pai beirão, negociante de jóias, e mãe castelhana, professora de francês, resolveu, a partir de certa altura, prescindir do apelido paterno e ultimamente gostava de acrescentar a Cesariny o Rossi dos seus antepassados.
Estudou no Liceu Gil Vicente, frequentou o primeiro ano de Arquitectura na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa (ESBAL) e mudou depois para a Escola de Artes Decorativas António Arroio, tendo igualmente estudado música com o compositor Fernando Lopes Graça.
Durante o período em que viveu em Paris, em 1947, frequentou a Academia de La Grande Chaumire.
Na capital francesa, conheceu o fundador do movimento surrealista francês André Breton, cuja influência o levou a integrar no mesmo ano, embora à distância, o Grupo Surrealista de Lisboa, formado por António Pedro, José-Augusto França, Cândido Costa Pinto, Marcelino Vespeira, João Moniz Pereira e Alexandre O’Neill.
Este grupo surgiu com o objectivo de protestar contra o regime político vigente em Portugal e contra o neo-realismo, mas houve cisões e Cesariny saiu, fundando mais tarde o “anti-grupo” “Os Surrealistas”, com Henrique Risques Pereira, António Maria Lisboa, Fernando José Francisco, Carlos Eurico da Costa, Mário-Henrique Leiria, Artur do Cruzeiro Seixas e Pedro Oom, entre outros.
Em 1949, redigiu, com o grupo, o seu manifesto colectivo, “A Afixação Proibida” e promoveu as sessões “O Surrealismo e o seu Público em 1949” e a I Exposição dos Surrealistas.
Quando terminaram as experiências colectivas do que foi quase “um movimento (mais ou menos) organizado” – 1947/1953 e 1958/1963 – Cesariny prosseguiu sozinho, como fariam alguns dos seus outros companheiros que sobreviveram à aventura surrealista, com uma actividade inesgotável e orientada em várias direcções.
Nas suas obras, adoptava uma atitude estética caracterizada pela constante experimentação e praticou uma técnica de escrita e de pintura muito divulgada entre os surrealistas, designada como “cadáver esquisito”, que consistia na elaboração de uma obra por três ou quatro pessoas, num processo em cadeia criativa, em que cada um dava seguimento, em tempo real, à criatividade do anterior, conhecendo apenas uma parte do que aquele fizera.
(fonte sic)

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Sophia de Mello Breyner Anderson

Biografia

Poetisa e contista portuguesa, nasceu no Porto, no seio de uma família aristocrática, e aí viveu até aos dez anos, altura em que se mudou para Lisboa. De origem dinamarquesa por parte do pai, a sua educação decorreu num ambiente católico e culturalmente privilegiado que influenciou a sua personalidade. Frequentou o curso de Filologia Clássica na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, em consonância com o seu fascínio pelo mundo grego (que a levou igualmente a viajar pela Grécia e por toda a região mediterrânica), não tendo todavia chegado a concluí-lo.
Teve uma intervenção política empenhada, opondo-se ao regime salazarista (foi co-fundadora da Comissão Nacional de Socorro aos Presos Políticos) e também, após o 25 de Abril, como deputada. Presidiu ao Centro Nacional de Cultura e à Assembleia Geral da Associação Portuguesa de Escritores. A sua actividade literária (e política) pautou-se sempre pelas ideias de justiça, liberdade e integridade moral. A depuração, o equilíbrio e a limpidez da linguagem poética, a presença constante da Natureza, a atenção permanente aos problemas e à tragicidade da vida humana são reflexo de uma formação clássica, com leituras, por exemplo, de Homero, durante a juventude. Colaborou nas revistas Cadernos de Poesia (1940), Távola Redonda (1950) e Árvore (1951) e conviveu com nomes da literatura como Miguel Torga, Ruy Cinatti e Jorge de Sena. para mais informações visitar:
http://www.astormentas.com/andresen.htm

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O nosso 1º Poeta da Quinzena é, nem mais nem menos, António Gedeão.

Biografia
António Gedeão, pseudónimo de Rómulo de Carvalho, nasceu em 1906, concluiu, no Porto, o curso de Ciências Físico-Químicas, exercendo depois a actividade de docente. Teve um papel importante na divulgação de temas científicos, colaborando em revistas da especialidade e organizando obras no campo da história das ciências e das instituições, como A Actividade Pedagógica da Academia das Ciências de Lisboa nos Séculos XVIII e XIX. Publicou ainda outros estudos, como História da Fundação do Colégio Real dos Nobres de Lisboa (1959), O Sentido Científico em Bocage (1965) e Relações entre Portugal e a Rússia no Século XVIII (1979).
Revelou-se como poeta apenas em 1956, com a obra Movimento Perpétuo. A esta viriam juntar-se outras obras, como Teatro do Mundo (1958), Máquina de Fogo (1961), Poema para Galileu (1964), Linhas de Força (1967) e ainda Poemas Póstumos (1983) e Novos Poemas Póstumos (1990). Na sua poesia, reunida também em Poesias Completas (1964), as fontes de inspiração são heterogéneas e equilibradas de modo original pelo homem que, com um rigor científico, nos comunica o sofrimento alheio, ou a constatação da solidão humana, muitas vezes com surpreendente ironia. Alguns dos seus textos poéticos foram aproveitados para músicas de intervenção.
Em 1963 publicou a peça de teatro RTX 78/24 (1963) e dez anos depois a sua primeira obra de ficção, A Poltrona e Outras Novelas (1973). Na data do seu nonagésimo aniversário, António Gedeão foi alvo de uma homenagem nacional, tendo sido condecorado com a Grã-Cruz da Ordem de Sant’iago de Espada. Morreu em 1997

LÁGRIMA DE PRETA

Encontrei uma preta
que estava a chorar,
pedi-lhe uma lágrima
para analisar.

Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterlizado.

Olhei-a de um lado,
do outro e de frente:
tinha um ar de gota
muito transparente.

Madei vir os ácidos,
as bases e os sais,
as drogas usadas
em casos que tais.

Ensaiei a frio,
experimentei ao lume,
de todas as vezes
deu-me o que é costume:

nem sinais de negro
nem vestígios de ógio.
Água (quase tudo)
e cloreto de sódio.

AMADOR SE COISA AMADA

Resolvi andar na rua
com os olhos postos no chão.
Quem me quiser que me chame
ou que me toque com a mão.

Quando a angústia embaciar
de tédio os olhos vidrados,
olharei para os prédios altos,
para as telhas dos telhados.

Amador sem coisa amada,
aprendiz colegial.
Sou amador da existência,
não chego a profissional.

10 comentários Add your own

  • 1. MARIANA DA SILVA ESCUDEIRO  |  Fevereiro 27, 2007 às 2:08 pm

    GOSTO DOS SEUS POEMAS

    Responder
  • 2. Roberto de Castro Del'Secchi  |  Novembro 14, 2007 às 5:35 pm

    Poetisa, Sra. Mariana da Silva Escudeiro, Li e asdorei as suas lindas poesias, venho convidá-la a participar da Antologia Del’Secchi, Volume, 18.
    Aguardo a sua resposta envio as minhas cordiais e fraternas saudações, Robertgo de Castro Del’Secchi.(Da Cidade de Vassouras-R.J.)

    Responder
  • 3. cristiano eduardo lopes reis de paula  |  Maio 29, 2008 às 4:40 pm

    adorei todas essas poesias principalmente do trecho que fala : “Resolvi andar na rua
    com os olhos postos no chão.
    Quem me quiser que me chame
    ou que me toque com a mão”

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  • 4. Roberto de castro Del'Secchi  |  Junho 3, 2008 às 6:48 am

    Eu Adimiro e adoro as lindas poesias portuguesas, é o que melhor existe na literatura mundial.
    Convido os amigos do Poeta do Mundo a participar na Antologia Del’Secchi, volume 18.
    A língua que nos une a Portugal, e o mar salgado de Fernando Pessoa, nos imortaliza.
    Envio os meus parabéns a todos e as minhas fraternas saudações, Roberto de Castro Del’Secchi, da Cidade de Vassouras-Estado do Rio de Janeiro.

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  • 5. Roberto de Castro Del'Secchi  |  Outubro 19, 2008 às 5:05 pm

    Estamos no termino de organização da Antologia Del’Secchi Volume 18, peço aos confrades amigos e literateratos ver nosso bloger e as citaçães a nós mencionadas, por autores nacionais, temos nesta edição a participação de 228 autores, poetas e escritores de várias regiões brasileiras, também de Cuba, Espanha, Itália e para a minha maior alegria e felicidades irmãos portugues, que mantém conosco a ponte fraterna e litero cultural, que unos unem com amor a terra mãe portiguesa, lembrando “Fernando Pessoa” A minha Pátria ,é a lígua portuguêsa!

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  • 6. Roberto de Castro Del'Secchi  |  Outubro 19, 2008 às 5:14 pm

    Convido a todos a participar na Antologia Del’Secchi Volume 19 ( Antologia Literária Internacional), desde que iníciamos 1.200 autores brasileiros extrangeiros marcaram conosco suas presenças, editamos livros solos, com boa qualidade e trabalho primoro, são divulgados em nossa Antologia Del’Secchi, peço vejam, nas páginas do (Google) citações sobre as nossas sucessivas edições, com paz e amor, vamos disseminar a cultura, somente ela libertará a humanidade e propriciará dias melhores a todos, Roberto C,. Del’Secchi, Cidade de Vassouras /Rj Tel(55)24.2471.1952

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  • 7. Sara Duarte  |  Fevereiro 23, 2012 às 6:29 pm

    tem alguns erros e tambem tenho uma duvida… no titulo do segundo poema tem(Amador se coisa amada) e depois em baixo no poema diz (Amador sem coisa amada) qual é que é?

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  • 8. juditte carvalho da silva  |  Março 19, 2012 às 12:01 pm

    Amei!
    Todos as obras são lindissimas, falam de uma senssibilidade muito humana o que está se perdendo nos dias atuais, em consequencia da evolução dos meios de comunicação e do mundo, tão indispensáveis…
    Daí, abstrai os erros e foquei apenas nos sentimentos universais, como o “Lágrima de Preta”.
    Sem a realização deste concurso como poderámos ter acesso à tanta BELEZA?!
    Parabéns aos idealizadores e… aos renomados Escritores!

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  • 9. A NEVE | En-RED-Versados  |  Novembro 20, 2019 às 5:20 pm

    […] Em Destaque […]

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  • 10. Lucas Costa  |  Abril 22, 2020 às 1:00 am

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