O autor aos seus versos
Junho 8, 2006 at 5:47 pm 2 comentários
Chorosos versos meus desentoados,
Sem arte, sem beleza e sem brandura,
Urdidos pela mão da Desventura,
Pela baça Tristeza envenenados:
Vede a luz, não busqueis, desesperados,
No mudo esquecimento a sepultura;
Se os ditosos vos lerem sem ternura,
Ler-vos-ão com ternura os desgraçados:
Não vos inspire, ó versos, cobardia
Da sátira mordaz o furor louco,
Da maldizente voz e tirania:
Desculpa tendes, se valeis tão pouco,
Que não pode cantar com melodia
Um peito de gemer cansado e rouco.
Bocage
Entry filed under: Bocage.
2 comentários Add your own
Deixe um comentário
Trackback this post | Subscribe to the comments via RSS Feed
1. adriana | Junho 10, 2007 às 12:55 am
muito bom!!! volte sempre
2. catarina assis | Fevereiro 20, 2008 às 7:00 pm
Grande poema! tou fã….